sábado, 26 de dezembro de 2009

O fenómeno da Guerra no séc. XXI


"O fundamentalismo não possuí apenas um rosto religioso; todos os sistemas que se apresentam como portadores exclusivos da verdade devem ser considerados conservadores.

A inquisição católica foi um triste exemplo de fundamentalismo"

Leonardo BOOF


São diversas as temáticas que têm captado a atenção dos estudiosos de diversas áreas das relações internacionais, bem como a necessidade de definição de uma estratégia plausível em torno do fenómeno e proporções dos parâmetros da nova guerra. É notório que evoluimos de um modelo essencialmente clausewitziano (Clausewitz foi um dos protagonistas das guerras napoleônicas, bem como das Guerras da Revolução), onde se tornou no paradigma do pensamento ocidental sobre o conceito de guerra dos grandes pensadores franceses e alemães, para um modelo de guerra irregular, onde a incerteza dos actos domina as acções dos exércitos. Estamos perante a chamada guerra assimétrica e permanente, com origem incerta, intemporal podendo surgir em qualquer região. É de salientar que a transformação ocorrida nos conflitos armados caracteriza-se essencialmente pela ameaça à paz armada e segurança, vem galopando no seio da comunidade internacional, expondo as ligações originais entre estas e a guerra do século XXI.

De uma perspectiva económica e financeira podemos, claramente, afirmar que os princiapais conflitos baseiam-se na permanente tensão existente entre a "Mão invisível do Mercado global" e o "Punho cerrado do Estado-nação" em que a chantagem e competitividade dominam, por completo, as crises de mercado, bem como o estatuto económico que os Estados procuram manter neste sistema cada vez mais unipolarizado.

Por fim, convêm ainda realçar, que conflitos de ponto de vista religioso dominam, em grande medida, os grandes conflitos que se arrastam ao longos dos anos entre seitas religiosas, étnicas e culturais prendem-se com fundamentalismos intolerantes e exacerbados que dominam, por completo, a acção humana.

1 comentário:

  1. Concordo. Mas acho aqui importante levantar algumas questões - Porquê este revigoramento religioso? Porquê este voltar para a religião? Porquê o fundamentalismo religioso? Acredito que isto seja uma reacção ao modernismo. Hoje assistimos a uma «reislamização» porque os povos ocidentais tendem a considerar como universal, o que as civilizações não ocidentais vêm como ocidental. O melhor exemplo disso é a Declaração Uiversal dos Direitos Humanos, que a primeira coisa que não é, é UNIVERSAL. Acredito assim que a ascensão do islamismo, por exemplo, e do fundamentalismo islâmico seja causado pelas acentuadas diferenças sociais. Um mundo pobre que cresce lado a lado com a riqueza, não pode deixar de criar sentimentos de ressentimento que voltam estes povos para a religião.

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